26/01/2011
Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil Brasília - A demora na aprovação do reajuste para servidores do
Judiciário está preocupando gestores devido à constante evasão de funcionários. Segundo
levantamento feito pelo Supremo Tribunal Federal (STF), entre as 186 vagas que surgiram de maio de
2008 a dezembro de 2010 no tribunal devido à rotatividade, 139 foram motivadas pela preferência do
servidor por tomar posse em outro cargo público.
Um dos principais argumentos dos gestores do Judiciário para explicar a evasão é a diferença entre
os salários iniciais nas carreiras dos Três Poderes. Levantamento do STF aponta que o salário
inicial em carreiras do Executivo pode chegar a R$ 14,9 mil; no Legislativo, a R$ 26 mil; enquanto
no Judiciário, o inicial máximo é de R$ 10,2 mil. 'As pessoas saem porque passam em outro concurso
público e não vêm a motivação para continuar no Judiciário', afirma o diretor-geral do STF, Alcides
Diniz.
As principais baixas medidas no levantamento do STF estão na área de informática. Nas áreas de
sistemas de informação e tecnologia da informação, a preferência por outro cargo público motivou
100% das vacâncias por rotatividade, resultando na baixa de 37 servidores. As baixas acontecem no
momento em que o STF investe forte na implantação do sistema de digitalização de processos e
integração entre sistemas de tribunais: somente neste ano, R$ 10,8 milhões do orçamento proposto
pelo Tribunal são para este fim.
O levantamento ainda aponta que no cargo de analista judiciário, da área administrativa, das 10
vagas que surgiram no STF no período, sete foram motivadas pela saída de servidores para ocupar o
mesmo nível em outros poderes: um dos servidores foi para o Ministério do Planejamento, um para o
Tribunal de Contas da União, dois para o Senado Federal, um para agência reguladora, um para a
Câmara dos Deputados e um para a Secretaria do Tesouro Nacional.
'A presidente Dilma tem se mostrado uma boa gestora, e, com certeza, levará em consideração esta
evasão de servidores que está acontecendo no Judiciário ao retomarmos as negociações sobre o
reajuste', avalia Diniz.
Edição: Lana Cristina