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18/04/2017 Zero Hora
Guilherme Mazui | A reforma do momento
Com a série de recuos na PEC da Previdência, os capitães do governo Temer admitem sem reservas: a proposta desidratada exigirá, num prazo de 10 a 20 anos, a realização de outra reforma para viabilizar o pagamento das aposentadorias. O relatório com as mudanças no texto deve ser lido hoje na comissão especial da Câmara. As conversas prévias indicam que a promessa de atacar privilégios ficou pela metade. Categorias manterão vantagens na comparação com o trabalhador da iniciativa privada, inclusive os atuais deputados.
Temer e aliados entendem que precisam votar e entregar alguma reforma para ganhar confiança no mercado e tirar os holofotes da lista de Fachin. Feitas as concessões, o governo vai apertar o torniquete nos partidos da base. Confia em aprovação tranquila da reforma na comissão: contabiliza 22 dos 37 votos do colegiado. No plenário, a partir de maio, sonha com os votos de 350 dos 513 deputados nos dois turnos, acima do mínimo de 308. O teste de fidelidade deve vir na reforma trabalhista, apreciada antes da PEC da Previdência. Assim, nos planos de Michel Temer, as duas reformas estarão no Senado em 45 dias.