21/07/2017 Zero Hora
O governo Temer resolveu aumentar o PIS/Cofins sobre os combustíveis e a culpa não pode ser mais atribuída à herança maldita. Aliás, na política esse é um álibi com pouco tempo de vida. Depois de seis meses de administração e tolerância dos eleitores , prefeito, governador ou presidente da República não pode mais culpar o seu antecessor pela crise que enfrenta, tem é que apresentar soluções para os problemas herdados. O presidente Michel Temer está no comando da República há um ano e dois meses. A turma do ministro Henrique Meirelles (Fazenda) não conseguiu equilibrar o orçamento nos limites da meta fiscal.
Sucumbindo à pressão de parlamentares, reajustes foram concedidos, a área política não se empenhou na aprovação de medidas para aumentar a arrecadação e as receitas não cresceram. Depois de fazer as contas e consultar o mercado, a equipe econômica concluiu que o aumento de imposto sobre os combustíveis não terá impacto comprometedor sobre a inflação e que mais vale a pena o desgaste do que não cumprir a meta fiscal. A preocupação com a meta é tão grande, que até mesmo o contingenciamento aumentou em R$ 5,9 bilhões. O reajuste da carga tributária é uma medida preguiçosa, a mais fácil para resolver o orçamento. Mas irrita a população, porque os serviços continuam de péssima qualidade. Olha só, você pagando o pato outra vez.