07/11/2017 Rádio Guaíba
Faltando pouco mais de um mês para o fim do Ano Legislativo, o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia, disse hoje acreditar que ainda seja possível aprovar uma reforma da Previdência mais enxuta do que a proposta enviada inicialmente pelo governo.
Após a fala do presidente Michel Temer sobre o tema durante reunião hoje, Maia defendeu que alguns pontos da reforma – como a idade mínima para a aposentadoria e regras de transição – podem ser votados ainda em 2017. Segundo ele, é importante a aprovação desses itens com o objetivo de “acabar com a transferência de renda dos que ganham menos para os que ganham mais”.
Na avaliação de Maia, é preciso que o governo converse com os parlamentares, líderes e presidentes dos partidos com o intuito de convencê-los da importância das mudanças. Um dos argumentos sugeridos pelo presidente da Câmara é o do impacto financeiro que a não aprovação pode causar aos cofres públicos nos próximos anos.
“Não é um projeto que pode ser apenas do Poder Legislativo. O governo precisa ajudar a organizar essa votação. Hoje é difícil ter 308 votos para qualquer matéria da Previdência”, reconheceu.
Para o presidente da Casa, apesar do “desgaste” com um tema que é “polêmico”, os parlamentares e o governo devem discutir o projeto e apresentar esclarecimentos à sociedade.
Para o líder do PMDB na Câmara, deputado Baleia Rossi (SP), os parlamentares podem se debruçar sobre outros projetos de ajuste fiscal que não dependem “única e exclusivamente” da reforma. Reconhecendo a mudança no clima entre os aliados do governo para aprovação das mudanças, após a tramitação das duas denúncias contra o presidente Michel Temer, Baleia Rossi defendeu a conscientização dos deputados e senadores sobre a importância da aprovação de outras medidas de ajustes.
Já o deputado Henrique Fontana (PT-RS) disse que governo não está em condições de mexer nas regras da aposentadoria por “falta de força política”. “O correto sobre a Previdência no Brasil é debatê-la profundamente durante a campanha eleitoral para presidente da República [em 2018], cada candidato apresentar suas propostas e o povo votar, sabendo que tipo de propostas está votando para o futuro da Previdência no país”, disse.