Guardia afirmou, nesta segunda-feira, que tributos podem ser elevados para compensar as propostas feitas pelo governo aos caminhoneiros para reduzir o preço do diesel. Maia afirmou que o ministro não manda no Congresso.
— Não vai ter (aumento), porque isso aqui é uma democracia e ele (Guardia) não manda no Congresso Nacional. O que ele fez ontem foi muito irresponsável. Ele vem falando de aumento de imposto. O
O presidente da Câmara reclamou ainda o fato de o governo não ter encaminhado nenhum ministro para participar da comissão geral que a Casa realiza para debater a paralisação dos caminhoneiros.
— Os ministros não deram justificativa nenhuma, é um erro. Mostra que estão desarticulados e vão ter muita dificuldade de continuar conduzindo uma solução para sair da crise — disse Maia.
Para ele, o governo não deve falar apenas para "investidores", mas sim para o "povo":
— Não podemos, na hora que as coisas começam a caminhar para solução, colocar mais gasolina nesse problema. Então, acho que ele (Guardia) errou ontem. Não adianta falar apenas para os investidores, tem que falar para os brasileiros. O que falta para o governo é falar para os brasileiros — complementou.
Depois da fala de Maia, Guardia disse que foi mal-compreendido e afirmou que o governo não pensa em aumentar impostos. Após o recuo, Maia avaliou que o ministro tomou a atitude correta.
— Estava querendo apagar o fogo colocando gasolina. A declaração dele (ao recuar) vai na linha correta. A sociedade faz uma mobilização grande, que não está restrita aos caminhoneiros, muito porque não suporta mais pagar impostos. Então a solução nunca será aumentar a arrecadação. Será sempre no ato na despesa. Então a declaração dele, falando isso, nos ajuda a acalmar o ambiente da sociedade neste momento.
O presidente da Câmara afirmou que o aumento do preço do petróleo vai gerar mais recursos para o governo e isso pode ser usado para bancar a despesa que haverá com a redução no valor do diesel.
— Tem excesso de arrecadação do próprio crescimento do preço do petróleo, com royalties e participação especial. A previsão é de excesso de R$ 13 bi para o governo federal e mais R$ 14 bi para estados e municípios — disse Maia.
Ele destacou ainda que o governo pode trabalhar para avançar o projeto que trata da cessão onerosa, o que poderia render mais US$ 40 bilhões aos cofres públicos.
(Colaborou Bruno Góes)