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11/05/2009 CORREIO DO POVO
Revista aponta existência de caixa 2 na campanha
A matéria da Veja expôs em nível nacional denúncias que há mais de dois meses circulavam nos bastidores. As mais contundentes, do PSol, trazidas a público em fevereiro – um dia depois da morte do ex-assessor do governo Marcelo Cavalcante – já davam conta de algumas revelações feitas pela revista. Segundo a publicação, em conversa telefônica, o empresário Lair Ferst (pivô e réu do caso Detran) e Marcelo Cavalcante trocaram informações apontando irregularidades durante a campanha de Yeda Crusius em 2006. A revista revela que Yeda também teria recebido dinheiro de caixa 2 depois que a eleição terminou. Após o 2º turno, Marcelo teria captado R$ 200 mil da Alliance One e mais R$ 200 mil da CTA-Continental, duas fumageiras que, segundo Marcelo, teriam feito doações em espécie. O ex-assessor teria dito que entregou o dinheiro a Carlos Crusius, ex-marido de Yeda.
Executivos da Alliance One negaram ter abastecido caixa 2 e mostraram recibo que comprova a transferência bancária de R$ 200 mil ao diretório estadual do PSDB. A CTA contesta ter feito qualquer doação à tucana. 'Se me perguntar se me pediram dinheiro, direi que sim. Mas não levaram', diz Allan Kardec Bichinho, presidente da empresa.
A Veja destaca afirmação de Marcelo de que algumas despesas do comitê de Yeda foram custeadas pela agência DCS, que não prestava serviços à campanha nem fez doações oficiais. Após a eleição, teria arcado com recepções de Yeda em sua casa. Depois que ela tomou posse, a agência teria continuado a quitar passagens e diárias de Marcelo. Yeda renovou os contratos que o Banrisul mantinha com a DCS.
Marcelo teria ainda avisado Yeda sobre o esquema Detran e entregado a ela carta de oito páginas na qual Ferst descrevia como os recursos eram desviados. Ele teria escrito a carta para tentar livrar-se da suspeita de envolvimento no esquema. (10/5)