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19/05/2009 CORREIO DO POVO
Yeda tem que depor como testemunha do caso Detran
Governadora adiou depoimento à Justiça Federal marcado para o último dia 13
Apesar de ter tentado adiar mais um contratempo, a governadora Yeda Crusius (PSDB) terá de depor à Justiça Federal, no processo da operação Rodin, que investiga fraudes no Detran gaúcho. Ela está arrolada como testemunha de um dos mais importantes réus da ação, o ex-presidente do departamento de trânsito, Flávio Vaz Netto. Ontem, o advogado Paulo Moreira de Oliveira, que representa Vaz Netto, confirmou não ter a intenção de abrir mão de ouvir a governadora. Segundo Moreira, existem ao menos dois pontos que poderão ser melhor esclarecidos pelo depoimento da governadora. No Palácio Piratini, os movimentos para protelar ao máximo o depoimento da chefe do Executivo já começaram.
Devido ao cargo que exerce, Yeda tem a prerrogativa de comunicar, por escrito, à Justiça Federal em que data e local pretende prestar seu depoimento. Ela pode, por exemplo, não comparecer à 1ª Vara Criminal da Justiça Federal, onde ocorrem os depoimentos das testemunhas em Porto Alegre, e falar no Piratini. Mas, ao contrário do que imaginavam advogados de defesa, Yeda não pode redigir o depoimento e enviá-lo por escrito. Será ouvida pelo juiz que conduz as audiências na Capital.
Inicialmente, o depoimento da governadora estava agendado para 13 de maio, última quarta-feira. Yeda alegou, no entanto, a necessidade de cumprir compromissos inadiáveis e transferiu o depoimento. Nesta data, ela estava em Brasília, justamente para discutir com lideranças nacionais do PSDB a estratégia de enfrentamento das primeiras denúncias publicadas pela revista Veja sobre suposto caixa dois na campanha eleitoral de 2006. Naquele dia, a agenda oficial da governadora, divulgada pelo Piratini, informava que ela teria audiência com o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, seguida de visitas à Câmara e ao Senado, e encontros com parlamentares para tratar do problema da estiagem no Estado.
Lúcio de Constantino, advogado do empresário Lair Ferst, outro réu da operação Rodin, informou ontem que também tem interesse em ouvir a governadora, movimento que pode ser seguido por outros advogados de defesa que atuam no processo. Mesmo com a cisão dos processos da Rodin determinada recentemente pela juíza federal Simone Barbisan Fortes – Flávio Vaz Netto ficou em um dos processos e Lair Ferst, em outro –, nos depoimentos prestados na semana passada, advogados têm comparecido aos depoimentos de testemunhas de outros réus para também fazer questionamentos.
Yeda precisou contratar mais um advogado. Ela tem a compra de sua casa analisada pela Procuradoria Geral da República, está prestes a se tornar alvo de uma CPI que virou notícia nacional por contas das denúncias.