20/05/2009 ZERO HORA
A partir do desempenho da economia no primeiro trimestre, especialistas de vários setores reforçam as apostas de que o pior da crise financeira internacional já está no retrovisor. Ainda há dúvidas, porém, sobre a velocidade da recuperação, assim como sobre quais setores podem liderar a retomada.
Três profissionais experientes, que enfrentam as turbulências em diferentes atividades, se reuniram ontem, em seminário que comemorou os 30 anos da Associação dos Profissionais de Mercado de Capitais da Região Sul (ApimecSul), realizado na Capital, para debater o atual cenário e os fatores-chaves que orientarão os rumos da economia nos próximos meses.
Com experiência nas áreas de estratégia dos bancos Lehman Brothers e Bear Stearns e, desde o final do ano passado, economista-chefe do Itaú Unibanco, John Welch avalia como positivo o fato de ter diminuído o ritmo de deterioração da economia mundial. Sobre o Brasil, Welch aponta para um cenário de cortes generosos nos juros.
Embora projete PIB negativo de 0,5% para este ano, o diretor de relações com investidores da Marcopolo, Carlos Zignani, avalia que, em 2010, o país crescerá cerca de 3,5%. E a Marcopolo comprovou o acerto da estratégia de sua internacionalização, contou.
– Enquanto na Rússia o financiamento desapareceu e as atividades da unidade estão paralisadas até setembro, na Índia já foram produzidos 400 ônibus, e a meta é chegar a mil unidades em setembro – explicou.
O fato de o desemprego não ter tomado até agora as proporções insinuadas pelas taxas registradas no início do ano é uma evidência de que a economia entrou em fase de recuperação, diz o diretor-presidente da Lojas Renner, José Galló. A pedido de Zero Hora, os três comentaram as perspectivas da economia para os próximos meses.
lucia.ritzel@zerohora.com.br