Artigos e Apresentações
Artigo | Quando sou pato
Correio do Povo
Artigo escrito pelo jornalista e assessor de Comunicação da Afisvec e do Sindifisco-RS, Heverton Lacerda, publicado na página 2 do jornal Correio do Povo do dia 29 de abril.
Quando pago o imposto embutido no preço de uma mercadoria e o empresário não repassa ao Estado, sou pato. Quando o dinheiro da "minha" contribuição é desviado para o Caixa 2 e utilizado para o enriquecimento ilícito de sonegadores, sou pato. Quando o imposto que "eu" paguei deixa de ser investido na sociedade e é drenado para os dutos da corrupção, sou pato.
Ainda internado no Hospital Santa Rita, no Complexo Santa Casa, em Porto Alegre, na sexta-feira passada, dia 22, para me restabelecer de uma cirurgia feita para a retirada de um apêndice que resolveu encrencar aos 45 do primeiro tempo (espero), acompanhei a notícia dada em primeira mão pelo Correio do Povo sobre a ação criminosa que resultou nas mortes de quatro bandidos e nos ferimentos de dois policiais da Brigada Militar, importante entidade que já está com seu efetivo bem reduzido. Aproveitei a oportunidade de "ócio criativo" para refletir sobre essas duas questões tão importantes e urgentes para todos nós: segurança e saúde.
Não é segredo nem novidade para ninguém que estamos enfrentando um momento político complexo e preocupante no Brasil (novamente, para alguns), nem que o Estado gaúcho passa por uma das piores crises financeiras de sua história. Faltam recursos para investir em segurança por aqui e, diante de tantos anúncios questionáveis, os bandidos percebem a fragilidade.
A área da saúde continua a esmolar recursos. Enquanto isso, quem depende do SUS tem que exercitar a paciência e rezar para não morrer antes de ser atendido. No meu caso, que não era dos mais graves, ainda tive a sorte de contar com um plano de saúde que facilitou as coisas pro meu lado.
Mas por que faltam tantos recursos, afinal, se pagamos tantos impostos?
Só no antibiótico que tive de comprar ao ter alta, ao custo de R$ 93,00 a caixa, deixei R$ 33,48 para o Estado. Já que me cobraram lá na farmácia, espero que esse valor seja realmente repassado ao Estado, afinal foi por isso que embutiram no preço do produto. Ou seja, quando empresas retêm valores de impostos e não repassam ao Estado, estão sonegando e sendo coniventes com a corrupção. Se as nossas contribuições forem para os destinos certos, teremos melhores serviços de saúde e segurança, caso contrário, continuaremos sendo patos. Artigo publicado na [
Quando pago o imposto embutido no preço de uma mercadoria e o empresário não repassa ao Estado, sou pato. Quando o dinheiro da "minha" contribuição é desviado para o Caixa 2 e utilizado para o enriquecimento ilícito de sonegadores, sou pato. Quando o imposto que "eu" paguei deixa de ser investido na sociedade e é drenado para os dutos da corrupção, sou pato.
Ainda internado no Hospital Santa Rita, no Complexo Santa Casa, em Porto Alegre, na sexta-feira passada, dia 22, para me restabelecer de uma cirurgia feita para a retirada de um apêndice que resolveu encrencar aos 45 do primeiro tempo (espero), acompanhei a notícia dada em primeira mão pelo Correio do Povo sobre a ação criminosa que resultou nas mortes de quatro bandidos e nos ferimentos de dois policiais da Brigada Militar, importante entidade que já está com seu efetivo bem reduzido.
Aproveitei a oportunidade de "ócio criativo" para refletir sobre essas duas questões tão importantes e urgentes para todos nós: segurança e saúde.Não é segredo nem novidade para ninguém que estamos enfrentando um momento político complexo e preocupante no Brasil (novamente, para alguns), nem que o Estado gaúcho passa por uma das piores crises financeiras de sua história.
Faltam recursos para investir em segurança por aqui e, diante de tantos anúncios questionáveis, os bandidos percebem a fragilidade. A área da saúde continua a esmolar recursos. Enquanto isso, quem depende do SUS tem que exercitar a paciência e rezar para não morrer antes de ser atendido. No meu caso, que não era dos mais graves, ainda tive a sorte de contar com um plano de saúde que facilitou as coisas pro meu lado.
Mas por que faltam tantos recursos, afinal, se pagamos tantos impostos?
Só no antibiótico que tive de comprar ao ter alta, ao custo de R$ 93,00 a caixa, deixei R$ 33,48 para o Estado. Já que me cobraram lá na farmácia, espero que esse valor seja realmente repassado ao Estado, afinal foi por isso que embutiram no preço do produto.
Ou seja, quando empresas retêm valores de impostos e não repassam ao Estado, estão sonegando e sendo coniventes com a corrupção. Se as nossas contribuições forem para os destinos certos, teremos melhores serviços de saúde e segurança, caso contrário, continuaremos sendo patos.
Heverton Lacerda
Jornalista