João Pedro Casarotto*
Os dois empréstimos mais festejados e tidos como a redenção do Rio Grande do Sul foram o contraído com o governo central em 1998 (recebemos R$ 10 bilhões e até dez de 2016 pagamos R$ 26 bilhões e ainda devíamos R$ 57 bilhões) e o com o Banco Mundial, em 2008 e 2010, recebemos R$ 1,8 bilhão e até dez de 2016 pagamos cerca de R$ 800 milhões e ainda devíamos R$ 5,1 bilhões. Em ambos, assinamos contratos que permitiram a interferência direta dos credores nas políticas públicas do RS, ou seja, entregamos as rédeas.
Agora, o Poder Executivo negocia com a União a postergação do atual e a contratação de novos empréstimos, portanto estamos prestes a vender os olhos recebendo em troca a designação de três técnicos que irão cabrestear o RS. Se a derrocada do nosso Estado estivesse contribuindo para um Brasil melhor, até que poderíamos pensar em relevar, mas não é o que está acontecendo, pois a atual centralização administrativa, política, tributária, financeira e econômica está provocando a decomposição social da nação brasileira.
É chegada a hora de tomar o freio nos dentes e disparar, assumindo as consequências daí advindas. É preciso nos confrontar com as nossas próprias omissões, que vêm contribuindo, há mais de duas décadas, para a degradação da nossa sociedade. Os poderes Executivo e Legislativo não podem continuar com estas desestruturantes decisões.
*Auditor-fiscal do RS aposentado