Nos últimos dias Trump separou pais e filhos imigrantes em uma política de tolerância zero, porém a pressão mundial foi grande e o líder voltou atrás assinando um decreto que reuniria novamente as famílias. O incisivo fechamento das fronteiras mostra o quanto o país ainda fecha os olhos para o tema, tentando empurrar a sujeira para debaixo do tapete articulando soluções truculentas para sujeitos considerados personas non gratas por lá. Ingressar na América do Norte por vias legais sempre foi um processo deveras burocrático que envolve dinheiro, deixando claro o eixo excludente entre classes e nacionalidades, principalmente os latino-americanos.
No Brasil existe a questão dos venezuelanos que desde 2015 adentram o território nacional em busca de melhores condições de vida, neste caso não há uma política efetiva que controle o limite de acesso às fronteiras, o que leva os governos estaduais a pressionarem o presidente Michel Temer que já afirmou não virar as costas para os países vizinhos. No entanto a escala quantitativa não é recepcionada com recursos básicos ao alcance, mostrando que o Brasil ainda não tem preparo para lidar com esse contingente que acaba enveredando para o mercado informal, permanecendo muitas vezes sem moradia.
A queda de braço em ambas situações traz à tona a necessidade de uma análise profunda sobre uma reformulação política de ações neste setor, buscando implementar melhores soluções para cada situação. Falta planejamento na área do desenvolvimento social e compreensão na amplitude contemporânea que abrange uma esfera mundial globalizada.
*Estagiária de jornalismo do Sindifisco-RS.
(Artigo publicado no jornal Correio do Povo de 25/06/2018).