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O Banco Mundial e os servidores públicos

Os servidores públicos são os “bonecos de Judas” dos governos federal e estadual, contra quem incitam a população, apontando-os como causadores de todos os males, para beneficiar, isto sim, o mercado financeiro. Pesquisa encomendada ao Banco Mundial, de 9/10/2019, diz que eles recebem no mínimo o dobro dos da iniciativa privada para cargos equivalentes.

hece a renda de quem é servidor público. A iniciativa privada, salvo exceções, não possui renda comprovada ou é maquiada. Nos processos vemos pessoas que circulam com veículos de luxo apresentando declarações de isento ou com rendas incompatíveis com seus padrões de vida. O “estudo” não possui parâmetros legítimos, pois não há como estabelecer comparação com informações de um lado só; 2°) É erro grosseiro generalizar em uma comparação de dados. Se no setor público há quem viva como megaempresário, essa não é a realidade global. Teríamos como projetar a renda per capita dos moradores da rua do Cristiano Ronaldo incluindo-o no cálculo? Óbvio que não.

Todos pareceriam milionários. Essa é a forma usada pelo Banco Mundial para recomendar ao Brasil a redução dos salários dos servidores públicos, projetando seus ganhos médios com a inclusão, no cálculo, dos subsídios de desembargadores, auditores, etc; 3°) Quais são as funções equivalentes? Quais as equivalentes, na esfera privada, às de um policial militar, de um agente penitenciário ou um médico do SUS? Isso não foi respondido; 4°) (E mais grave) Se há disparidade, deve-se aos próprios bancos. O Banco Mundial divulga como câncer o funcionalismo público, mas o Banco de Compensações Internacional, há anos, mostra que os bancos brasileiros são os mais lucrativos do mundo, com renda garantida pelo Tesouro Nacional a desestimular o empréstimo de dinheiro no varejo em juros razoáveis. O empreendedor concorre com o rendimento garantido pelo governo, levando o crédito pessoal a superar 300% anuais.

Sem empreendimentos há desemprego; sem emprego, há sobra de mão de obra e desvalorização salarial. Portanto, se o Banco Mundial, para exterminar a diferença entre esferas pública e privada, estimula a destruição do serviço público, eu, como servidor público, recomendo que ele oriente os colegas nacionais a cobrar juros em padrões internacionais, o que levaria à criação de milhões de empregos e a uma real valorização da mão de obra privada.