Com base em dados da Universidade de Oxford, o Financial Times montou uma ilustração, que mostra, ao longo do tempo, o índice de lockdown adotado pelos países.
O primeiro país a adotar medidas nesse sentido foi onde a pandemia eclodiu. Conforme os dados, a China iniciou suas medidas restritivas no final de janeiro de 2020 e, em fevereiro, já apresentava 75% a 85% de sua economia “paralisada”. Na sequência, Itália, Irã e Mongólia atingiram entre 50% e 75% de lockdown. Em março de 2020, a maior parte do mundo já se encontrava nessa mesma situação. Vários países, entretanto, chegaram a adotar o índice máximo de lockdown, com isolamento e paralização extremas da circulação de pessoas: Itália, França, Alemanha, Irlanda, Croácia, Hungria, Romênia, Bulgária, Grécia, Moldova, Ucrânia, Lituânia, Rússia, Cazaquistão, Kirgstão, Uzbequistão, Arábia Saudita, Congo, Uganda, Quênia, Zimbábue, África do Sul, Madagascar, Gana, Iraque, Jordânia, Iran, Oman, Paquistão, Índia, Nepal, Bangladesh, Laos, Marrocos, Argélia, Tunísia, Colômbia, Bolívia, Paraguai, Peru, Equador, Guiana Francesa, Nicarágua, Honduras, San Salvador, Guatemala e algumas ilhas do Pacífico. No decorrer de 2020, muitos outros foram entrando na faixa entre 85% e 100% de lockdown e alguns, conforme os números da pandemia melhoraram, foram abrandando as restrições. A Europa Ocidental, em meados de 2020, chegou a ter todos seus países membros com índices extremos de lockdown. Na América do Sul, a Venezuela chegou à faixa de maior restrição em maio de 2020 e o Chile em julho desse mesmo ano. O Brasil ficou apenas um mês na faixa entre 75% e 85%, permanecendo a maior parte do tempo entre 25% e 50%. Já os EUA permaneceram a maior parte do tempo também nessa faixa, tendo aumentado as restrições somente em novembro, quando foi para 75%-85%.
No grupo dos países com maior população mundial, portanto, Brasil e EUA foram os únicos a não adotarem, em nenhum momento, medidas extremas de lockdown, tendo permanecido a maior parte do tempo abaixo de 50% do indicador Oxford. Ao mesmo tempo, são os dois países que lideram o número de mortos pela Covid-19, segundo outra universidade, a americana Johns Hopkins: 525.035 (EUA) e 265.411 (BR), com a diferença de que enquanto a curva de casos lá está diminuindo drasticamente, refletindo a vacinação em massa, aqui sua inclinação está subindo abruptamente.