Como já é largamente sabido em Economia, a variável emprego, geralmente, é aquela que responde por último aos movimentos do ciclo econômico.
O Estado do RS encontra-se, claramente, em um ciclo de ascensão econômica, com uma média de crescimento, no primeiro trimestre, cerca de 4 vezes a nacional, o que, a julgar pela quantidade de documentos fiscais eletrônicos emitidos por contribuintes do ICMS, deverá confirmar o melhor quadrimestre para a economia gaúcha em seis anos. Tal situação é fruto da escalada de preços principalmente de itens considerados importantes na economia gaúcha, como a soja e a carne, mas também pelo ajuste efetuado nas contas públicas desde o início da gestão de Eduardo Leite, com medidas que vêm repercutindo na redução de despesas e no incremento de receitas públicas, bem como no estímulo à atividade econômica através da redução da alíquota do ICMS para operações internas e do fim do diferencial de alíquotas para as interestaduais.
A geração de emprego deve responder a essa retomada da atividade econômica nos próximos meses, mas sinais claros disso já podem ser notados. Em 2021, já foram abertas 82.134 vagas de emprego e os pedidos de seguro-desemprego, de janeiro a maio, caíram 29,83% (63.664 a menos), segundo dados do Ministério da Economia para o Rio Grande do Sul. O maior volume de pedidos de seguro-desemprego esteve nos ramos de comércio e serviços, obviamente refletindo as medidas de isolamento social adotadas no Estado. Não por acaso, justamente onde há maior retomada da atividade, isto é, nos setores primário e secundário, é onde também há já uma melhora na retomada dos empregos.
O avanço da vacinação, com a retomada da circulação de pessoas, deve trazer também os setores de serviços e comércio para o ciclo de negócios, tanto no que se refere à atividade econômica, quanto aos empregos. Os números de maio, com o fim das maiores restrições no Estado e avanço da vacinação, já demonstram essa tendência, quando os setores de serviços e comércio foram justamente os que registraram os melhores resultados, com a geração de 7.986 postos, segundo dados do Caged, refletindo o crescimento do setor (1,4% em relação a abril, segundo o IBGE).
Com os três setores incluídos no ciclo de negócios, o efeito multiplicador da renda deverá ter novo impulso, contribuindo para um bom resultado da economia gaúcha em 2021.
Publicado Originalmente: Empregos devem voltar ao Estado