Na sexta-feira passada (10/03), embora sem grande alarde, ocorreu a falência do banco estadunidense Silicon Valley Bank (SVB) da Califórnia, o 16º maior banco dos Estados Unidos. Trata-se da maior falência de um banco desde a crise financeira de 2008, quando quebrou o Lehman Brothers, também dos EEUU.
Nesta segunda outro banco estadunidense não abriu as portas, o Signature Bank, de Nova York. Ambos bancos foram fechados pelas autoridades após constatarem que eles não tinham recursos para garantir os depósitos de seus correntistas – estavam quebrados – um colapso que levou o setor bancário mundial a perder bilhões em valor de mercado.
Essas falências bancárias estadunidenses despertam um alerta no mercado financeiro mundial. O temor é o de que possa ocorrer um contágio ou efeito sistêmico, como o ocorrido em crises anteriores. A elevação da taxa de juros teria sido uma das causas da falência dos dois bancos.
Quem sabe, as quebras nos EEUU também despertem o “independente” presidente do Banco Central brasileiro, que mantém no Brasil uma absurda taxa SELIC de 13,75%, a mais alta taxa de juros real do mundo. É uma taxa de juros de falir o país! E enriquecer meia dúzia.
O governo dos Estados Unidos agiu rápido, garantindo o dinheiro dos depositantes, mas sem dizer da onde virão os recursos. A resposta parece óbvia: os recursos sairão do caixa do Estado/governo, ou seja, do bolso de todos. Trata-se do modus operandi do sistema neoliberal ocidental, aplicando a já conhecida privatização dos lucros e socialização dos prejuízos.
As notícias sobre instabilidades financeiras e crises econômicas têm sido relativamente constantes nos últimos anos. Os EEUU, apesar de ter sido a principal economia do planeta, nas últimas décadas tem tido um consumo maior do que sua produção, o que resulta em déficits comerciais contínuos, num aumento da dívida e emissão de moeda.
À medida que a dívida dos EEUU vai aumentando, vão surgindo dúvidas sobre a solidez do dólar, ainda mais com a guerra na Ucrânia. Em função dos embargos econômicos, a Rússia, juntamente com outros países, está abandonando o dólar na comercialização internacional.
O abandono do dólar no comércio internacional vai resultar em sua desvalorização, e teremos nova crise, acentuando a decadência do império estadunidense. Some-se a isso um eventual “estouro” da indústria das dívidas, tanto públicas como privadas, que não produzem riqueza real, somente rendimentos “papel”, e temos o caldo para novas falências.
Assim como os dois bancos faliram, a tendência indica na direção de uma também falência do atual império.