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24/03/2009 CORREIO DO POVO
Governo abre sindicância para investigar escutas
Piratini mira no ex-ouvidor, mas PT quer a saída do chefe de gabinete
O governo do Estado abriu ontem sindicância para apurar as denúncias do ex-ouvidor da Segurança Pública Adão Paiani. O relatório deve ser apresentado em 30 dias. De acordo com o chefe da Casa Civil, José Alberto Wenzel, será investigado se houve retenção, sonegação ou desvio de documentos e se Paiani usou o cargo para exercer algum ilícito. Sobre o fato de o chefe de gabinete da governadora Yeda Crusius, Ricardo Lied, aparecer nas gravações trazidas pelo ex-ouvidor, Wenzel se diz tranquilo. 'Ricardo não cometeu ilícito nenhum. É uma pessoa correta.'
Para o PT, entretanto, além de ferir o Código de Ética do Serviço Público, Lied teria cometeu dois crimes previstos no Código Penal: violação do sigilo funcional e advocacia administrativa. O deputado Elvino Bohn Gass, líder da bancada do PT na Assembleia, afirma que isso ficou provado com a divulgação das escutas telefônicas em que Lied confessa estar em poder da ficha do ex-deputado Luiz Fernando Schmidt.
Para Bohn Gass, não há como justificar a permanência no serviço público de alguém flagrado utilizando ilegalmente o aparato do Estado para espionar adversários políticos e para manobrar pela substituição de um comandante da Brigada Militar sem razão funcional legítima.
Ontem, a OAB entregou à Secretaria da Segurança Pública um questionário sobre os passos para a interceptação do número que consta no material de Paiani. 'Estamos diante de um crime, que é o vazamento. Quantas outras podem ter vazado e estar por aí?', diz o presidente da Ordem, Claudio Lamachia.