14/09/2009
ABERTURA DA PÁGINA 10 DE ZH
Vivian Eichler (interina)
Ao anunciar entre hoje e amanhã os dados do orçamento de 2010, o governo terá o desafio de detalhar a conta que fez para chegar a investimentos de mais de R$ 2,5 bilhões. Mesmo com a economia brasileira dando sinais de sair da recessão, como anunciou o ministro Guido Mantega, a arrecadação frustrada no Rio Grande do Sul, até agora R$ 500 milhões abaixo do esperado, não será recuperada.
No cálculo dos R$ 2,5 bilhões, entram investimentos das empresas estatais, como a Corsan e a CEEE, que a cada ano têm batido recordes de faturamento, mas a conta que gera expectativas é a dos investimentos de mais de R$ 1,6 bilhão em recursos do tesouro.
Como o governo fará para saltar dos, no máximo, R$ 700 milhões que talvez o Executivo consiga gastar em 2009 para centenas de milhões a mais no ano que vem? Na infraestrutura, por exemplo, os investimentos previstos passarão apenas de R$ 411 milhões de 2009 para R$ 430 milhões. Nessa cifra, estão incluídos R$ 367 milhões que o Daer terá para gastar.
No anúncio do texto orçamentário, vale prestar atenção aos valores superiores a R$ 1 bilhão destinados para a chamada carteira dos estruturantes. Nela, estão contabilizados além de parte dos investimentos, como construções de rodovias, os recursos dedicados a, por exemplo, programas sociais e reformas.
– Essa é a cifra que demonstrará a aplicação das políticas prioritárias de governo – argumenta o secretário Mateus Bandeira.
Embora o orçamento seja anunciado pelo Palácio Piratini como realista, sua aplicação tem se mostrado uma ficção, já que as dificuldades não se limitam em conseguir o dinheiro, mas em, de fato, gastá-lo.