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27/03/2009 CORREIO DO POVO
Dona da Daslu recebe pena de 94 anos e volta à prisão
São Paulo — A dona da butique Daslu, Eliana Tranchesi, foi presa ontem pela Polícia Federal (PF), em São Paulo, pela segunda vez, acusada de sonegação fiscal. Além da empresária, a juíza da 2ª Vara Federal de Guarulhos, Maria Isabel do Prado, determinou o encarceramento do irmão de Eliana, Antônio Carlos Piva de Albuquerque, e do proprietário da importadora Multimport, Celso de Lima. Também foram decretadas as prisões de outros quatro importadores que negociaram com a Daslu. Eles permaneciam foragidos até a noite.
Conforme a magistrada, Eliana e seu irmão lideravam esquema que utilizava as importadoras para fraudar o Fisco estadual e federal em R$ 1 bilhão. Condenados por crimes de formação de quadrilha, fraude em importações e falsificação de documentos, os réus foram considerados reincidentes ao manter a organização descoberta pela PF e a Justiça em 2005, na chamada Operação Narciso. Por isso, a juíza decretou que fossem recolhidos ao sistema penitenciário. A sentença estabelecida para Eliana chega a 94 anos e seis meses de prisão. Encaminhada ao presídio feminimo do Carandiru, ela poderia ser transferida ainda ontem à noite para a sede da PF na Lapa. O irmão da dona da Daslu e Lima estão no Cadeião de Pinheiros.
O procurador do Ministério Público Federal de SP, Matheus Baraldi Magnani, informou que os acusados não poderão recorrer da decisão em liberdade, o que a defesa dos réus contesta, alegando jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que define a inconstitucionalidade dessa lei. Além disso, advogados de Eliana afirmam que ela tem câncer e não pode ficar em prisão comum, o que foi atestado em relatório médico apresentado ontem.