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03/03/2016 Jornal do Comércio
Mais líderes ou mais instituições fortes?
Artigo do auditor-fiscal Abel Henrique Ferreira publicado originalmente no Jornal do Comércio no dia 03 de março de 2016.
Em artigo recente, era comentado a carência de líderes em nosso País, e que alguns dos poucos existentes estavam alvo de investigações judiciais. Confesso que inicialmente concordei com ele, mas, logo após, comecei a refletir se precisamos de líderes? Ou se precisamos de instituições fortes?
Com lideranças técnicas competentes em cada uma das suas áreas. Uma república democrática precisa não de líderes, mas sim de instituições fortes e competentes que mantenham o País no caminho do crescimento, independentemente das crises políticas. As instituições fortes serão as responsáveis pela administração da máquina pública e combaterão a má política e a corrupção.
Os pseudolíderes, na maioria das vezes, são demagogos e populistas, prometem quando estão em campanha e nada cumprem quando assumem o cargo. Com instituições fortes, poderemos, no futuro, punir essas ações de politicagem, cassando os eleitos pelo não cumprimento do prometido. A Petrobras é um exemplo, pois, enquanto era administrada por servidores de carreira qualificados e preparados, era um exemplo de empresa bem administrada. Quando passou a ser administrada por corruptos ou por falsos líderes, passou a ser esfacelada, gerando prejuízos incalculáveis.
O Estado brasileiro precisa se reestruturar administrativamente, de modo que não precise de líderes políticos, e sim de técnicos capazes para fazer o País funcionar. Concluo afirmando que a democracia só vigorará se tivermos instituições fortes, que desenvolvam lideranças técnicas e estadistas que pensem o futuro do País, não para 2016, e sim para 2050 ou mais.