24/11/2009 ZERO HORA
Cotado para assumir vaga de conselheiro no Tribunal de Contas do Estado (TCE), o deputado estadual Marco Peixoto (PP) foi alvo de suspeitas na CPI da Corrupção, ontem. Em três dos quatro diálogos divulgados na comissão, o parlamentar conversa com réu acusado de participar do desvio de R$ 44 milhões do Detran.
No início da sessão de ontem, o deputado estadual Daniel Bordignon (PT) solicitou a escuta de quatro interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal (PF) em 2007. Os telefonemas gravados, com autorização judicial, mostram conversas entre Peixoto e o ex-diretor da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) Antônio Dorneu Maciel. Segundo integrantes da oposição, as conversas são cifradas e indicam articulações do deputado com suspeitos da fraude no Detran.
Em diálogo, no dia 19 de outubro de 2007, o ex-diretor diz que os “companheirinhos” estão muito contentes e iriam dar “um livro muito bonito” para Peixoto em sua homenagem. Conforme oposicionistas, os procuradores apontam a palavra “livro” como propina em documentos oficiais.
Três dias depois, Maciel pergunta ao deputado se ele foi bem tratado no lugar onde o parlamentar esteve naquele dia – 22 de outubro de 2007. Peixoto respondeu:
– Muito bem tratado. Diploma de honra ao mérito.
O ex-diretor disse:
– Grau de comendador...alto grau, né?
Contraponto |
O que diz Marco Peixoto, deputado estadual pelo PP: |
Por meio de nota, o parlamentar diz que o objetivo da oposição é “midiático” e “eleitoral” ao divulgar áudios já conhecidos. Peixoto afirma que as conversas se referem a reuniões do partido com a governadora para preparar a votação do pacote do governo no Legislativo. Como líder da bancada do PP na época, tinha de estar no centro do debate e do aprimoramento dos projetos |