05/06/2020 Secretaria da Fazenda do Estado do Rio Grande do Sul
A Receita Estadual publicou, nesta quarta-feira (3/6), a décima edição do Boletim Semanal sobre os impactos da Covid-19 nas movimentações econômicas dos contribuintes de ICMS do Estado. Os principais indicadores econômico-fiscais do Rio Grande do Sul demonstram que, em geral, a pandemia segue afetando negativamente os resultados, mas em níveis bem menos bruscos que os verificados em abril. A publicação, que está disponível no site da Secretaria da Fazenda e no Receita Dados (portal de transparência da Receita Estadual), considera o período entre 16 de março, quando foram adotadas as primeiras medidas de quarentena pelo Governo, e a última sexta-feira (29/5).
A emissão de Notas Eletrônicas, por exemplo, consolidou a tendência de recuperação, estabilizando as quedas em 1%, 2% e 3% nas últimas três semanas, respectivamente, sempre comparando a períodos equivalentes de 2019. “Esse índice chegou a ser de -31%. No acumulado do período analisado, a redução é de 12%, o que significa que cerca de R$ 240 milhões deixaram de ser movimentados, em operações registradas nas notas eletrônicas, a cada dia”, salienta Ricardo Neves Pereira, subsecretário da Receita Estadual.
O desempenho da Indústria também reforça o cenário de estabilização, com queda de 14% na última semana. A variação chegou a ser de -41% em abril e no acumulado é de -17%. O destaque positivo da última semana foi o setor de Tratores e Implementos Agrícolas, que apresentou variação positiva de 16%, reafirmando sua posição entre os setores “ganhadores” pela quinta semana consecutiva. Outro setor que vem mantendo-se no rol de variações positivas é o de Madeira, Cimento e Vidro(+15%). No acumulado, os maiores crescimentos ocorrem nos setores de Suínos e de Arroz (ambos com 44%). As maiores quedas continuam sendo dos setores industriais Coureiro-Calçadista (-60%), que estabilizou as perdas entre 35% e 40% nas últimas três semanas, e de Veículos (-59%), que registrou indicador interanual de -78% na última semana, igualando o pior nível de perdas do período de análise, ocorrido no início de abril.
O Atacado, por sua vez, segue com ganhos no comparativo interanual, refletindo a forte influência positiva dos atacadistas de insumos agropecuários e alimentos. Na última semana, o crescimento frente ao mesmo período de 2019 foi de 5% (na anterior, havia sido de 13%). No acumulado desde 16 de março, a atividade atacadista encontra-se estável, com 0% de variação em relação ao ano anterior.
Em relação às vendas do Varejo, a variação na última semana foi de -4% frente ao mesmo período do ano anterior. Na semana anterior, o indicador encontrado foi de -3%, reforçando a estabilização das perdas. No acumulado do período, entretanto, o Varejo ainda é a atividade mais afetada, com -18%. Entre as mercadorias com maiores variações negativas nas vendas constam itens relacionados a vestuários e calçados, com as maiores quedas percentuais (na ordem de 50% a 60%), veículos, com as maiores quedas em valores, máquinas e aparelhos elétricos, móveis e bebidas alcoólicas. Os produtos de setor de alimentos (como cereais, óleos, leite, carnes, frutas, hortícolas e peixes), da indústria química (como sabão para lavar roupa e álcool em gel) e do setor farmacêutico estão entre as maiores variações positivas.
“Desde o início da pandemia, em geral, os números têm apontado crescimento nas vendas de produtos de higiene, alimentos, medicamentos e materiais hospitalares. Para os demais produtos, entretanto, temos uma redução média de 28% no acumulado, sendo que esse índice já foi de -72% no final de março”, destaca Ricardo Neves.
Desempenho do Varejo por Corede
No tocante ao desempenho do Varejo por região do Estado, conforme os 28 Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Corede) existentes no Rio Grande do Sul, os resultados relativos ao comportamento de vendas a consumidor final no acumulado a curto prazo até o dia 29 de maio mostram que a média de variação para as Coredes cuja participação na atividade industrial gaúcha é maior (Metropolitano Delta do Jacuí, Vale do Rio dos Sinos, Serra, Sul, Vale do Taquari, que respondem por ¾ da produção industrial do Estado) saiu de -15% para -8%. As demais regiões saíram de uma média de variação de curto prazo de -6% para -1%.
O destaque positivo ocorre na região do Vale do Taquari, que saiu de uma variação de -16% registrada em 22 de maio, para -4%, no dia 29. Em segundo lugar encontra-se a região Metropolitano Delta do Jacuí, importante por sua relevância industrial: saiu de -25% de variação de curto prazo para -16% nos mencionados períodos.
Além disso, as Coredes Vale do Caí, Fronteira Oeste, Centro Sul, Missões, Campanha, Médio Alto Uruguai, Celeiro e Vale do Jaguari reverteram um cenário de perdas registradas no último dia da semana de análise anterior, para um de ganhos no último dia desta semana de análise. De variações negativas entre -6% e -1%, essas Coredes passaram a registrar variações positivas entre 1% e 6%.
Combustíveis
A análise do ano de 2020 denota que o etanol é o combustível cujas vendas foram mais afetadas pela pandemia. Embora já indicasse desempenho abaixo em janeiro e fevereiro, as quedas foram ainda mais bruscas em março, abril e maio. Com isso, as vendas registram retração de 41% no acumulado do ano frente ao mesmo período de 2019. Durante o período de análise do Boletim (16/3 a 29/5), a redução média é de 59%, não havendo sinais de melhora contundentes nos últimos períodos.
O óleo diesel S-10 é o único combustível analisado que tem desempenho positivo. No acumulado do ano, o crescimento é de 14%. No período da pandemia, a subida é mais baixa, de 7%. O óleo diesel S-500 tem retração de 14% em 2020 frente a 2019 e de 16% desde as primeiras medidas de quarentena, em 16 de março. Já a gasolina comum acumula queda interanual de 13%, sendo que no período de análise do Boletim essa redução é de 25%.
Em relação ao preço médio, os quatro combustíveis analisados apresentaram recentemente um movimento de queda, reflexo da atual conjuntura internacional acerca do petróleo. Nas últimas semanas, entretanto, a gasolina comum, o óleo diesel S-10 e o óleo diesel S-500 têm demonstrado tendência de recomposição nos preços. A gasolina comum, por exemplo, chegou a atingir R$ 4,79 no final de janeiro, estava em R$ 4,62 no dia 16/3 e passou ao patamar de R$ 3,81 no dia 6/5. Após, atingiu R$ 3,94 no dia 29/5, última data de análise do presente Boletim.
Transporte de Cargas e de Passageiros
A quantidade acumulada de Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e), documento fiscal digital emitido pelas transportadoras de carga para cobrir as mercadorias entre a localidade de origem e o destinatário da carga, apresentou variação de curto prazo (14 dias) 10% superior na semana de análise em relação ao observado em período correspondente do ano de 2019, expandindo o crescimento revelado no boletim anterior (de 6%). A média para este indicador de abril era de -40%. A média para o mês de maio, até dia 29, foi de -2%. Isso denota que a atividade de transporte de cargas teve forte recuperação nas últimas semanas. Os aumentos ocorreram tanto nas prestações de destino interestadual quanto nas internas.
A emissão dos números de Bilhetes de Passagem Eletrônicos (BP-e), documento digital emitido pelas transportadoras que identifica as prestações de serviço de transporte de passageiros, seguem estáveis em relação aos valores encontrados nas semanas anteriores, mas bastante abaixo dos índices pré-crise (queda média de 70%).
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