31/07/2020 Correio do Povo
O Brasil tem 42 bilionários que, juntos, tiveram suas fortunas aumentadas em 34 bilhões de dólares, o correspondente a cerca de R$ 175 bilhões. O patrimônio líquido deste grupo subiu de 123,1 bilhões em março para R$ 157,1 bilhões em julho. Os números são apurados pela Oxfam Brasil baseados na lista de bilionários da Forbes divulgada este ano e atualizada no ranking de bilionários em tempo real da publicação. Foram comparadas as riquezas líquidas dos bilionários latino-americanos em 18 de março de 2020 com as de 12 de julho de 2020.
Ainda segundo dados do relatório da organização não-governamental, 73 bilionários da América Latina e do Caribe aumentaram as suas fortunas em 48,2 bilhões entre março, no início da pandemia, e junho deste ano, o que equivale a um terço do total de recursos previstos em pacotes de estímulos econômicos adotados por todos os países da região. “A Covid-19 não é igual para todos.
Enquanto a maioria da população se arrisca a ser contaminada para não perder emprego ou para comprar o alimento da sua família no dia seguinte, os bilionários não têm com o que se preocupar. Eles estão em outro mundo, o dos privilégios e das fortunas que seguem crescendo em meio à, talvez, maior crise econômica, social e de saúde do planeta no último século”, diz Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil.
Desde o início das medidas de distanciamento social adotadas para evitar a proliferação da Covid-19 e o colapso dos sistemas de saúde, oito novos bilionários surgiram na região da América Latina e Caribe, ou seja, um a cada duas semanas. Estima-se também que 40 milhões perderão seus empregos e 52 milhões de pessoas entrarão na faixa de pobreza em 2020 na região. De acordo com estimativas da Oxfam, a perda de receita tributária para 2020 pode chegar a 2% do Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina e do Caribe, o que representa 113 milhões de dólares a menos e significa 59% do investimento público em saúde de toda a região.