03/11/2020 Guajará J. Oliveira/Revista Mercacei
Durante um longo período de tempo o consumo de azeite de oliva no Brasil se reduziu as colônias de imigrantes europeus, principalmente daquelas procedentes da zona mediterrânea, como os portugueses , italianos e espanhóis. A mudança de hábitos da população brasileira e a crescente preocupação com a saúde proporcionou ao azeite de oliva um grande potencial de consumo, como se destaca em esse novo AOVETENDENCIAS.
O azeite de oliva extra virgem é um produto com um grande potencial de consumo entre os brasileiros. No caso de países não produtores o Brasil é o segundo maior importador de azeite de oliva. Importou 90 mil toneladas em 2019. Temos que ter em conta que o Brasil não produz, praticamente, azeite de oliva e as importações são praticamente 100% do seu consumo. Para os brasileiros o consumo de azeite de oliva está muito relacionado com a saúde e essa relação vem de longe por nossos antepassados portugueses, italianos, espanhóis, gregos, árabes e de outras origens. Um dos fatores que impedem um maior consumo é o preço, se considerarmos também a das outras gorduras comestíveis, que tem em abundância no mercado interno e que são mais acessíveis para os consumidores nacionais.
A gastronomia nacional considera o azeite de oliva como um produto complementar. Tanto tanto nos restaurante como nos estabelecimentos onde se consome azeite ele é apenas utilizado para temperar saladas,raramente se percebe outro uso do mesmo. Também não é comum que programas de televisão dirigidos ao público em geral chame atenção sobre a importância do azeite de oliva, suas bondades, seus benefícios. Para a classe média o azeite de oliva é considerado um alimento caro e muitas vezes eletista, se bem que desde algum tempo atrás se tem observado alguma mudança com relação a utilização do azeite de oliva, embora a evolução ainda seja lenta. Nas redes sociais se faz referência ao azeite de oliva, mas em geral essas informações não servem para esclarecer a importância do produto na cozinha. Tem muita gente falando sobre azeite de oliva mas sem conhecimento o que não ajuda no seu consumo.
O reflexo de tudo isso é a grande quantidade de azeites de baixa qualidade nos pontos de venda a preços altos. Creio que um grande trabalho sobe azeites de qualidade, suas bondades e sua grande importância para saúde em nosso território, por parte de quem realmente conhece o tema, teria por consequência um aumento de consumo. Outro dado que gera confusão é a cifra de consumo per capita dos brasileiros já que se utiliza médias considerando a população em geral do país chegando-se a conclusão que os brasileiros consomem 0,4 litros de azeite de oliva/ ano o que não reflete a realidade . Para se ter um dado mais confiável e mais correto teríamos que considerar um quarto da população do Brasil ou seja umas 50 milhões de pessoas que são mais ou menos as que podem ou tem potencial de consumir azeite de oliva,segundo seu poder aquisitivo ou que podem comer em restaurantes onde estão a disposição azeites.
Levando-se em consideração esse número populacional, mais confiável o consumo no Brasil estaria na casa de 1,6 litros por pessoa ano e não 0,4 litros. Em minha opinião o mercado brasileiro tem potencial para consumir muito mais azeites. Assim com um trabalho bem feito o consumo no Brasil pode facilmente duplicar de tamanho, uma vez que a população esta aberta e receptiva porque, de maneira geral, tem uma grande preocupação com sua saúde e os azeites de oliva contam com uma boa aceitação em nosso pais por ser um produto que ajuda a manter as pessoas saudáveis. Nossa gastronomia não usa, praticamente azeite de oliva nos pratos mais característicos e tradicionais . Temos uma culinária muito diversificada em função das distintas regiões do país que incluem muitos produtos locais de cada região. Os brasileiros consomem carne de vaca, porco e galinha de norte a sul do Brasil y muito peixe nas zonas costeiras, assim como pratos que levam arroz, mandioca e milho. Se trata de um mundo culinário a descobrir e que nos mesmosse devem acrescentar azeite de oliva de qualidade criando assim novos sabores para tornar nossa culinária mais rica e mais interessante . Não tenho nenhuma dúvida que o Brasil é o pais que tem o maior potencial do mundo para consumir azeite de qualidade. A estatística ao longo dos anos demonstra isso.
As variações de compra de azeite ao longo do tempo não tem nada ver com a vontade dos brasileiros e sim com a instabilidade comercial que de certa forma prejudica o mercado.