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17/03/2023 Ascom Sindifisco-RS

Sindifisco-RS discute cenário econômico, investimentos e educação financeira

Atividade integrou o dia inaugural do Ciclo de Palestras 2023 do Sindifisco-RS

Uma palestra descontraída apresentou, na tarde da última quinta-feira (16), na sede administrativa do Sindifisco-RS, no Centro de Porto Alegre, os rumos da economia brasileira, sob o ponto de vista dos investimentos e seus riscos, e revelou como a educação financeira de pessoas, famílias e empresas pode propiciar a realização de sonhos e projetos de vida, através das melhores decisões diante do mercado. As ideias e as visões sobre o cenário econômico foram apresentadas pelo professor José Brás Lopes Júnior, da Alpz Educação Financeira, de São Paulo, empresa especializada em descomplicar o mercado para todos os tipos de públicos. Brás Lopes começou a carreira na década de 1970, passando por inúmeras corretoras, o que lhe deu vasta experiência no mercado, sendo assessor de investimentos por 35 anos.

De forma simples e direta, em um bate-papo com os presentes, buscou desmistificar o mercado e focar em ensinar como as pessoas podem proteger seu patrimônio, projetar conquistas e sonhos e ressignificar o dinheiro em suas vidas. “Faço isso com uma enorme paixão, porque me remete ao início de carreira, quando percebi que seria muito relevante que os clientes soubessem o que eu estava fazendo. Queria que elas soubessem avaliar se aquilo fazia sentido na vida delas, se combinava com o perfil que elas tinham”, relata ele sobre as aplicações que fazia para seus clientes. Com a mesma perspectiva, detecta que hoje, no Brasil, há 70 milhões de endividados. “E nós temos que, através da educação financeira, tentar ir mudando isso. Transformar endividados em pessoas equilibradas e depois investidoras. E aqueles que já são investidores ou que já tenham um patrimônio, que saibam cuidar, zelar, para que isso se perpetue.”

“A vida acontece em ciclos, positivos e nem tão positivos”, disse ele, se referindo ao momento de instabilidade na economia brasileira, que, na sua visão, sempre foram iguais aos dias de hoje. “Olhem só: 97% dos brasileiros entrevistados têm dificuldades em se relacionar com o dinheiro. Grande parte das famílias são desestruturadas por causa do dinheiro, tendo elas dinheiro ou não. As pessoas não gostam de falar dinheiro”, disse. Para ele, esse é o momento de se discutir o dinheiro na vida das pessoas e agrega a necessidade de se identificar, no orçamento de cada um, se uma determinada situação econômica é um problema ou uma oportunidade. O mercado, diz, oferece essa discussão todos os dias. Por isso é importante entender como isso ocorre.

A vida é cíclica

Brás Lopes afirmou que considera a taxa de juros hoje, no Brasil, muito alta e que, algo em torno de 8% de taxa seria o ideal. “Já vi a economia, inclusive a mundial, parecendo um mar revolto. Mas também já vi mar calminho, calminho”, lembra. Esse cenário, apontou, não deve ser empecilho para que as pessoas e empresas vejam as oportunidades, mas sem mágica, sem ilusões. “A economia é assim. Para cima e para baixo, como a vida”, ensinou, salientando que é nesse momento que temos que identificar oportunidades, entender o mercado, o que ele está dizendo.

O professor da Alpz Educação Financeira perguntou, então, aos presentes “quais são os seus sonhos? Você tem clareza do que quer? Definiu tempo para eles?”, e sentenciou: “Você entende que seus sonhos têm prioridade sobre seus gastos”. Para ele, é preciso ter muito claro o que se quer, quais são os sonhos e adequar a partir daí os gastos aos sonhos. Não o contrário, não priorizar os gastos em detrimento do investimento. “Muito mais do que o dinheiro, é o cérebro, o hábito que vale, criar-se um modelo diferente do que se está vivendo hoje”, propôs, apresentando a seguir os passos a que se deve trilhar. “Sonhar, planejar e investir bem”.

Para ele, economizar é um horror. Não devemos economizar, porque economizar é deixar de fazer uma coisa que dá prazer para fazer outra. O que se deve fazer, provoca o palestrante, é salvar dinheiro, identificar o dinheiro que estamos gastando de forma tola, seja um consumo excessivo em algo ou comprando o que não se necessita, e transformar esse gasto em investimento. “É hábito, criar o hábito”, diz ele. O pilar de tudo é ter qualidade no futuro sem perder a qualidade de hoje.

Tempo para ficar com quem se ama

Brás Lopes, que conversava com os presentes ao evento e os que o acompanhavam pela internet comentando ideias que projetava através de um powerpoint, apresentou várias contas do que significa cortar gastos desnecessários e o que resulta ao final de alguns anos. Uma economia de R$ 400,00 ao mês aplicada por 25 anos a uma taxa de 8% ao ano totaliza um total de R$ 370.670,00. Mostrou também o que significa liberdade financeira, que é a possibilidade de pagar o seu consumo, o que se precisa, com o seu patrimônio. Mas investindo bem, mantendo seu bem-estar.

Finalizando a sua palestra, o especialista afirmou que não basta investir. Precisamos fazer um bom planejamento patrimonial, seja pessoa física ou jurídica, senão os herdeiros terão problemas. “Por que eu vou enfrentar problemas ou deixar dificuldades para os meus, se eu posso sentar com uma assessoria e apresentar a minha situação? Então eles vão levantar os dados, e apresentar uma visão, sugestões, sobre como proceder. Quanto mais rápido fizer, melhor, porque aí vocês vão ficar tranquilos, terão tempo para ficar com quem vocês amam e estarão despreocupados com o dia lá na frente”, afirma.

Segundo ele, no Brasil, as escolas ensinam a gente a ter uma profissão, não a planejar e a investir. “Educação financeira passou a ser obrigatória nas escolas somente agora. Mas grande parte das pessoas, nossos filhos, herdeiros de empresas, não estão preparados. Por isso, sugiro que levem este assunto para casa para que eles se preparem. E digam que não é cedo para isso não. O quanto antes melhor, para amanhã não falarem que é tarde demais”, alertou Brás Lopes.

Confira o vídeo com a gravação deste e de outros eventos aqui.