22/09/2023 Correio Braziliense
Em decisão unânime, Copom corta a Taxa Selic para 12,75% ao ano e indica novos ajustes de 0,50 ponto percentual nas duas últimas reuniões do ano. Nota destaca importância do cumprimento das metas de superavit para continuidade do alívio monetário
O Banco Central (BC) deu continuidade à flexibilização da política monetária, e, como esperado pelo mercado, anunciou,nesta quarta-feira (20/9), a queda da taxa básica de juros (Selic) em mais 0,50 ponto percentual, de 13,25% para 12,75% ao ano. Foi a segunda reunião consecutiva com corte na Selic.
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) foi unânime, e o colegiado retomou o alerta de preocupação com a questão fiscal, ao reforçar, no comunicado após a reunião, a “importância firme” do cumprimento das metas, tanto fiscais quanto de inflação.
O comitê tentou não deixar pistas sobre o tamanho do próximo corte, como fez na reunião anterior, mas tirou o país da liderança do ranking dos maiores juros praticados no mundo, seja real (descontada a inflação), seja nominal.
“A magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, informou a nota do colegiado.
O Copom observou que, nos cenários para a inflação, “permanecem fatores de risco em ambas as direções” e reforçou a preocupação com a questão fiscal e com o cenário externo, especialmente com o aumento de juros nos Estados Unidos e a desaceleração da China.
Para analistas ouvidos pelo Correio, o BC usou um tom mais contundente com a inflação (hawkish) no comunicado, ao voltar a afirmar que está preocupado com a piora do cenário fiscal, pois o governo mantém uma política expansionista — de aumento de gastos, que vem ajudando na atividade econômica —, mas sem sinalizar cortes importantes em despesas desnecessárias.
Publicado originalmente no Correio Braziliense Leia mais (O acesso à matéria pode exigir assinatura pessoal).