22/09/2023 Carta Capital
Para Esther Dweck, as mudanças na estrutura do Estado podem acontecer por meio de projetos de lei
A ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, defendeu que a estabilidade dos servidores públicos seja preservada na proposta de reforma administrativa discutida pelo governo. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada nesta terça-feira 19, Dweck defendeu a ideia de que a estabilidade protege o próprio Estado.
“A estabilidade protege o Estado. Protege o servidor? Protege, mas protege principalmente o Estado, no sentido de evitar perseguições políticas ou retaliações contra quem denunciar malfeitos. A ministra Simone [Tebet] fala muito nesse assunto do ponto de vista da pandemia, daquele dia emblemático em que o servidor denunciou o que estava acontecendo na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito). Foi por causa da estabilidade que ele fez isso. No caso das joias do Bolsonaro, também”, afirmou Dweck.
Segundo a ministra, o governo deverá promover uma reforma administrativa por meio de projetos de lei, evitando a apresentação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC). Isso porque a reforma – definida por ela como “transformação do Estado” – é mais necessária e urgente no âmbito da administração pública federal. Dweck disse, ainda, que é possível desenvolver mecanismos de avaliação de desempenho dos servidores sem uma mudança no texto constitucional.
Ela aproveitou a oportunidade para criticar as mudanças na estrutura administrativa do Estado feitas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo Dweck, o congelamento de salários e a redução dos concursos públicos precarizam o serviço público.
“Se pegar de 1997 a 2017 – ou seja, 20 anos –, [o gasto com servidores] estava em 4,2% do PIB. Em 2022, chegou num piso que historicamente nunca teve. Foi uma reforma feita de maneira silenciosa, que eu cheguei a ouvir do [Roberto] Campos Neto (presidente do Banco Central) que foi do jeito errado de fazer”, contextualizou.
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