08/03/2024 Ascom Sindifisco-RS
Data tem origem no início do século XX e marca a luta com protagonismo feminino
Para homenagear e reconhecer a importância da atuação das mulheres na sociedade, o Sindifisco-RS promoveu, nesta sexta-feira (8), um encontro com lideranças femininas em sua sede administrativa, em Porto Alegre, RS. Conduzido pela diretora de Assuntos dos Aposentados e Pensionistas, Silvia Maria Benedetti Teixeira, o evento contou com as participações da deputada estadual Patrícia Alba (MDB), da vereadora de Porto Alegre Tanise Sabino (PTB), da ex-diretora do Sindicato Virginia Baldessarini Cano, da subsecretária adjunta do Tesouro do Estado Juliana Debaquer, da vice-presidente do Conselho das Comissões Sindicais (CCS) do Sindifisco-RS Carla Elmira Nogueira Magalhães de Lima, das ex-presidentes de entidades que deram origem ao Sindifisco-RS Irismar Tavares da Silva, Ana Maria Viana Severo e Neusa Corcina Breigeiron, da diretora de Administração da Sefaz-RS, Adriana Oliveira da Silva, delegadas regionais, coordenadoras e chefes de divisão, auditoras-fiscais filiadas, funcionárias e da Diretoria do Sindicato.
“Estamos reunidas para confraternizar com mulheres com história de vida e que se destacam na sociedade do Rio Grande do Sul pelo trabalho com talento e determinação”, disse a diretora Silvia ao abrir o evento. “Hoje, dia 8 de março, é uma data histórica que, além de nos relembrar do que passou, reforça onde estamos em relação aos direitos da mulher, enquanto sociedade, e onde ainda precisamos chegar”, afirmou.
O presidente do Sindifisco-RS, Altemir Feltrin, alertou que a sociedade ainda vivencia ambientes de falta de respeito e alto índice de criminalidade contra mulheres. “Não podemos mais viver como se isso fosse normal”, disse. Ele destacou ainda que, para haver uma mudança cultural consistente, é importante ter leis que possam ser bem aplicadas nesses casos.
A subsecretária do Tesouro Estadual, Juliana Debaquer, mencionou situações constrangedoras pelas quais as mulheres passam em ambientes de trabalho, relatos que também foram apresentados por outras representantes femininas durante as falas iniciais do encontro. A filiada Virginia Cano registrou que nem todas as situações de violência doméstica se dão pela forma física. “Em muitos casos, são violências psicológicas”, ressaltou. Ela também frisou que há casos de misoginia e machismo praticados por mulheres, e que todos, independente do gênero, devem se unir para combater situações que, em alguns casos, podem levar ao feminicídio.
A deputada Patrícia Alba informou que na atual legislatura da Assembleia Estadual gaúcha, apenas 11 parlamentares, do total de 55, são mulheres. “É importante ter mais mulheres no Legislativo, pois é lá que se tomam decisões importantes para a sociedade”, pontuou a parlamentar. Ela aponta, ainda, que somente na década de 1990 passou a ter mulheres com mandatos políticos no Congresso Nacional. Foi na mesma década que começou a ter repercussão a trajetória de violência sofrida pela cearense Maria da Penha, que resultou na Lei 11.340, sancionada em 2006, conhecida como Lei Maria da Penha.
A vereadora Sabino também destacou que o preconceito acontece, inclusive, entre mulheres. Disse que há casos, por exemplo, em que mulheres dizem preferir trabalhar com homens. “Eu prefiro trabalhar com mulheres”, contestou, ressaltando que em seu gabinete a maioria é do gênero feminino. “Nossa luta na política é por conquista de direitos. Temos que estar sempre brigando por espaço”, declarou. Das 36 vagas para parlamentares na Câmara Municipal, apenas 9 são ocupadas por mulheres, disse a vereadora.
A vice-presidente do CCS, Carla Elmira, recitou um poema, ilustrado com uma estória sobre baleias (*confira abaixo), que trata sobre a necessidade de as mulheres se manterem sempre atentas, sem tempo para “baixar a guarda”.
O diretor Celso Malhani parabenizou as mulheres presentes e afirmou que a mudança de comportamento se dá pela ocupação de cargos de poder.
Se uma frase, das tantas que foram ditas durante o Dia Internacional da Mulher deste ano no Sindifisco-RS, e que se repetiu mais de uma vez, pudesse resumir o evento, seria: “A mulher pode estar onde ela quiser.”
*
Eu não sei se vocês sabiam, mas a respiração da baleia é uma respiração consciente.
Baleias precisam decidir quando irão respirar e por isso necessitam nadar durante o sono.
Filhotes de baleia, se pararem de nadar durante o descanso,
Podem afundar até o fundo do mar
Uma baleia nunca dorme profundamente
Vocês, homem, como a maioria dos mamíferos, inspiram e expiram o tempo todo, assim, Durante o sono, sem perceber, vocês renovam o ar dos seus pulmões
Aos poucos e constantemente
Mas mulheres não
Mulheres são como baleias
Mulheres também não podem dormir profundamente
Mulheres precisam estar sempre alertas
Para não correrem o risco de afundar
Para não correrem o risco de serem entregues às flores
Para não correrem o risco de engordar
Para não correrem o risco de pisar em cacos de vidro
Para não correrem o risco de pisar nos cacos delas mesmas
Uma baleia nunca dorme profundamente
Livro: Uma baleia nunca dorme profundamente, Lílian Sais, editora Urutau
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