17/07/2017 Zero Hora
Apesar das vitórias na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em relação à denúncia contra o presidente Michel Temer e na reforma trabalhista, o Palácio do Planalto parece não ter confiança suficiente de que será possível aprovar as mudanças da Previdência na íntegra. Por isso, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), já admite votar apenas parte do projeto proposto e adiar “para 2018 ou para o futuro” a decisão sobre temas polêmicos que poderão ser barrados pelo Congresso.
Mesmo assim, Jucá está otimista com a demonstração de força dada pelo Planalto com a aprovação da reforma trabalhista no Senado na última semana – o bloco governista conseguiu votos suficientes até para aprovar uma mudança na Constituição, como seria o caso da reforma da Previdência.
– Aprovamos (a trabalhista) com quórum constitucional sem necessitar. Eu precisaria ter maioria simples e botei 50 contra 26 – afirmou.
Apesar da euforia, Jucá sabe que a situação na Câmara é bem diferente, especialmente quando se trata da impopular reforma da Previdência.
– Nós temos de discutir seriamente com a base na Câmara e no Senado. Eventualmente, se algo não passar, devemos pautar esse algo para discussão em 2018 e para o futuro – disse o senador.
Com o argumento de que essa reforma “não é vital para o presidente Temer”, mas que a mudança “é vital para o próximo presidente da República”, o homem forte do governo no Congresso sinalizou que jogar parte dessa bomba no colo do futuro ocupante do Palácio do Planalto não é um problema.
– Os próximos presidentes também terão de fazer reforma da Previdência – disse.
O fatiamento da reformulação da Previdência vai ao encontro da posição de alguns líderes partidários que passaram a defender uma mudança mais enxuta. A ideia dos parlamentares é manter no texto apenas a fixação de uma idade mínima para aposentadoria no país (65 anos para homens e 62 para mulheres).