A restruturação política (80%) fica em terceiro lugar, seguida pela revisão das leis trabalhistas, com 36%. O estudo foi realizado de 29/10 a 5/11, semana que sucedeu o segundo turno, com presidentes e gerentes de médias e grandes empresas do Brasil — 64% delas sediadas na Região Sudeste.
De acordo com Othon Almeida, sócio-líder de desenvolvimento de mercado da Deloitte, os empresários se mostraram satisfeitos com a reforma trabalhista, mas indicam a necessidade de mais mudanças para o avanço do país. "O setor está mais consciente e suas demandas estão se sobressaindo", afirma.
No campo de gestão pública, o combate à corrupção (62%) e ajuste fiscal (61%) foram as necessidade apontadas pelos gestores. Para a economia, por sua vez, a esperança é pela geração de empregos (80%), inflação abaixo dos 5% ao ano (58%) e um cenário nacional mais favorável no comércio exterior (53%).
"Os dados apontam que as empresas querem o fim da corrupção no país como um todo, seja no governo ou em seus escritórios. O impacto disso em suas operações", avalia Almeida.
Estímulo às empresas
Na avaliação dos gestores, o estímulo da atividade empresarial pode ser feita por Parcerias Público-Privadas (52%), ampliação da oferta de crédito (51%), redução da burocracia para abertura e fechamento de empresas (48%) e incentivo tributário para programas e pesquisas em inovação (48%).
Essa categoria, diz o líder, foi a que mais dividiu opinião dos empresários. "Em geral, a iniciativa privada considera que o Estado até hoje não teve capacidade para estimular a inovação, tampouco para investir em educação tecnológica."
Não à toa, os empresários destacaram que educação, segurança e saúde demandam investimento urgente do setor público — com 84%, 77% e 65% da preferência. "O setor de saúde representa o segundo maior gasto das organizações, não só pelo custo do serviço no país, mas principalmente pelo envelhecimento da população", complementa Almeida.
E questionados sobre as perspectivas de mudanças do próximo governo: 56% dos executivos afirmam que as reformas serão parcialmente implementadas, 38% estão confiantes que sim, 4% disseram que não e 2% não souberam responder.
"Os empresários estão conscientes de que a execução das prioridades apontadas não dependem apenas deles. A Deloitte vai fazer a sua parte e levar a pesquisa ao governo para que ele saiba o que a iniciativa privada espera da próxima gestão", finaliza Almeida.