15/06/2011 ZH
Enquanto sindicato pede que deputados não votem medidas, governo está confiante na aprovaçãoAo fim do dia de paralisação do magistério, ontem, o governo avaliou que o Cpers não terá força para derrubar o pacote de medidas que será votado na Assembleia. Apesar de o sindicato contabilizar adesão de 70% das escolas à manifestação, a Secretaria de Educação afirma que o movimento foi minoritário e não mobilizou 20% das instituições de ensino estaduais.
Ontem, integrantes dos núcleos do sindicato em Porto Alegre, São Leopoldo e Gravataí fizeram vigília em frente ao Palácio Piratini. Na Assembleia, entregaram a líderes das bancadas um documento pedindo que não votem as propostas chamadas de medidas de sustentabilidade financeira.
– O dia de hoje mostrou a disposição da categoria de se mobilizar contra esse pacote que retira direitos dos trabalhadores – disse a presidente do Cpers, Rejane de Oliveira.
Em Porto Alegre, a Secretaria de Educação contabilizou que, das cerca de 40 escolas estaduais, seis pararam parcialmente e uma totalmente. Na região das coordenadorias de Santa Maria, Pelotas, Passo Fundo e Erechim, a adesão chegou a 75% e, na de Carazinho, foi de 100%. No restante do Estado, a participação dos professores teria sido minoritária, segundo dados parciais do órgão.
Para o secretário de Educação, Jose Clovis de Azevedo, a adesão não é maior porque os projetos não “atingem o professor”:
– O movimento é minoritário. O que eu estranho é que seja fora de foco. Os pobres lutando pelo direito dos ricos, algo meio inédito.
O Cpers, no entanto, lista, além de temores futuros relacionados à previdência (veja quadro), a limitação imediata no pagamento de precatórios de pequeno valor. O tema teria apelo na categoria já que os professores compõem boa parte dos credores de RPVs.
Os professores planejam ato com outros servidores no dia 22. No mesmo dia, farão uma assembleia para discutir se haverá nova paralisação nos dias de votação do pacote.
O chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, diz estar confiante na aprovação:
– As manifestações não irão alterar a posição da base do governo. As medidas atingem somente 13% dos servidores do Executivo, e os professores não serão atingidos.
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VIVIAN EICHLER