22/06/2011 ZH
Após Daniel Bordignon dizer que 13º “está em risco”, Piratini recuou e garantiu pagamento em diaEnquanto servidores ampliam a pressão pela retirada do pacote enviado à Assembleia, o governo estadual e aliados recorrem a ameaças. Ontem, o líder da bancada petista, Daniel Bordignon, chegou a dizer que, sem aprovação das propostas, o 13º salário do funcionalismo estaria em risco. À noite, o Piratini recuou.
O governo Tarso Genro teme a capacidade de mobilização dos servidores. Dois atos públicos estão previstos para hoje. Às 10h, representantes de 21 entidades se encontram na Praça da Matriz para protestar contra as medidas. No início da tarde, o Cpers reúne o magistério no Gigantinho para avaliar a paralisação da categoria nos dias de votação das medidas. O pacote começa a trancar a pauta no plenário a partir de terça-feira.
– O governo quer resolver o dito déficit financeiro sacrificando os servidores – considera a presidente da entidade, Rejane de Oliveira.
As mesmas 21 entidades espalharam pela Capital cerca de 50 outdoors contra o pacote. Na onda de manifestações, a bancada do PMDB realiza a partir das 13h, também na Praça da Matriz, o Arraial do Pacotarso. Uma barraca enfeitada com as tradicionais bandeirinhas de festas juninas servirá para distribuição de panfletos e adesivos contra as propostas.
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O Piratini, por sua vez, argumenta que medidas como a reforma da previdência e os novos critérios para o pagamento dos pequenos precatórios são cruciais para conter o déficit.
– (O pacote) é uma condição fundamental para chegarmos bem no final do ano – afirmou o secretário do Planejamento, João Motta.
Bordignon, no entanto, foi além. Em nota distribuída por sua assessoria, o líder da bancada do PT alertou que, “sem a aprovação do plano de sustentabilidade financeira, o 13º do funcionalismo está em risco”. À noite, assessores de Tarso saíram a campo para amenizar as declarações e garantir que o benefício de fim de ano está garantido.
A queda de braço havia começado pela manhã, em sessão da Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia. Enquanto deputados de oposição questionaram a constitucionalidade dos projetos da previdência e dos pequenos precatórios, governistas defenderam a legalidade dos textos.
Diante das manifestações negativas de servidores, que acompanhavam a reunião, o deputado Raul Pont (PT) não escondeu a irritação e se retirou da sala. Mais cedo, a mesma comissão rejeitou por seis votos a três a realização de uma audiência pública para discutir o pacote. Em repúdio, 25 entidades, entre elas, OAB e Ajuris, emitiram nota criticando o que chamam de “postura antidemocrática” do governo nas discussões do pacote.
Ontem, os adversários também lembraram (frases ao lado) a crise do PTB, que revelou o sistema de distribuição de cargos a aliados do governo.
ALINE MENDES