10/10/2011 CORREIO DO POVO
Sarney admite que "nunca haverá 100%" de acordo em torno da questão
A presidente Dilma Rousseff chegou ontem a Brasília, por volta das 4h da madrugada, depois de viagem de uma semana ao exterior. Dilma reservou o domingo para descansar da viagem de 15 horas, da Turquia até Brasília, no avião presidencial. Hoje, ela inicia semana de trabalho em que deve resolver as discussões entre estados produtores e não produtores de petróleo sobre a redistribuição dos royalties.
No Palácio do Planalto, às 11h, recebe o ministro Guido Mantega (Fazenda). No meio da tarde, tem audiência com o ministro Edison Lobão (Minas e Energia) e, às 17h, a rotineira reunião de coordenação, realizada todas as segundas-feiras. Neste encontro, Dilma deve ser comunicada pelos ministros mais próximos, como Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais), de que não houve acordo entre estados produtores e não produtores quanto à distribuição dos royalties.
O impasse criado faz com que lideranças como o presidente do Senado, José Sarney, e o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), assumam publicamente que o consenso em torno da matéria está fora de cogitação. Durante reunião em seu gabinete, Sarney reconheceu que "nunca haverá 100%" de acordo em torno da redistribuição dos royalties.
O governo espera que Sarney viabilize uma tramitação tranquila do projeto do senador Wellington Dias (PT-PI), definido como base para as negociações. "A proposta está evoluindo", assegura Jucá. Sarney e o presidente da Câmara, Marco Maia, fecharam acordo pelo qual não será remetida qualquer medida provisória ao Senado enquanto a redistribuição dos royalties não for definida. Foi criada uma comissão para analisar o projeto de lei e votá-lo em outubro nas duas Casas.