18/05/2012 ZH
Geraldo da Camino, procurador-geral do MP de Contas
Para o procurador-geral do Ministério Público de Contas, Geraldo da Camino, a decisão do governo federal é “corretíssima” e não fere a individualidade dos servidores.
A privacidade, para ele, só se refere aos descontos de caráter pessoal. Da Camino acredita que a novidade pode desencadear ações similares em outros órgãos, incluindo o Estado.
Zero Hora – Como o senhor avalia a decisão da presidente Dilma de divulgar os salários dos servidores?
Geraldo Da Camino – A medida é um avanço na cultura da transparência. Toda a vida funcional dos servidores, incluindo a concessão de vantagens e designação de FGs, já é publicada no Diário Oficial. Se todos os componentes dessa equação já são públicos, porque o resultado não haveria de ser?
ZH – Os resistentes argumentam que a divulgação fere a privacidade. O senhor concorda?
Da Camino – Que privacidade, se tudo que eu ganho é público? A única coisa que não pode ser divulgada são os descontos de caráter pessoal. Ninguém precisa saber se o servidor paga pensão ou deve ao Banrisul. Mas o salário é público.
ZH – O senhor acredita que a decisão pode se estender para outras esferas no Rio Grande do Sul, inclusive para o Ministério Público de Contas?
Da Camino – Acredito que pode desencadear ações similares, e eu apoio totalmente. Vou discutir o assunto com os meus colegas.