24/05/2012 CORREIO BRAZILIENSE
Autor(es): JULIANA BRAGA
Sindicalistas vão ao Planalto barganhar apoio a MP pelo corte de Imposto de Renda sobre participação nos lucros e rendimentos
O Palácio do Planalto se comprometeu ontem com as centrais sindicais a apresentar uma proposta final para a isenção do Imposto de Renda sobre Participação nos Lucros e Rendimentos (PLR) em troca da desobstrução da votação da Medida Provisória 556 na Câmara, disse o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho, presidente da Força Sindical ao deixar o Planalto após reunião com a equipe da presidente Dilma Rousseff.
A MP, que inclui obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em um regime especial de licitações e aumenta o teto da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) cobrada sobre combustíveis, precisa ser votada nesta semana na Câmara dos Deputados para tramitar no Senado antes de 31 de maio. Caso contrário, perderá a validade.
O maior ponto de atrito com o governo foi a inclusão na MP, por deputados ligados aos sindicatos, da isenção de IR para PLR de até R$ 12 mil, mas o governo insiste em limitar em R$ 6 mil e, a partir daí, escalonar os percentuais.
As negociações, que têm sido conduzidas pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, tiveram a intervenção da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Isso porque, para conseguir a aprovação da isenção, sindicalistas incluíram uma emenda à Medida Provisória 566, que trata do regime diferenciado de contratação (RDC), manobra conhecida como contrabando. O governo se comprometeu a apresentar uma proposta intermediária, caso o deputado e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, retirasse a emenda.
Quem está responsável por elaborar essa proposta intermediária é o Ministério da Fazenda, mas será a presidente Dilma quem dará a palavra final. A expectativa dos sindicalistas era a de que a medida de isenção fosse anunciada em 1º de maio, mas as negociações não tinham sido concluídas. Paulinho ontem se mostrou otimista: "O governo se comprometeu a negociar rapidamente o tema", informou.
» Mulheres em alta
A participação das mulheres nos postos de trabalho na América Latina e no Caribe cresceu nos últimos 20 anos (entre 1991 e 2011), segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Nesse período, a diferença entre os gêneros no mercado teve redução de 4%. Em 1991, 71,3% dos empregos na região eram ocupados por homens e 39,6% por mulheres. Em 2011, o percentual de mulheres cresceu para 42,7%. Ainda assim, o gênero feminino continua sendo minoria no mercado de trabalho.